Jovens presentes no evento participaram de rodas de conversa e puderam manifestar suas pautas junto ao público
O protagonismo juvenil é uma das principais metas do ‘Fortalece PSE!’. Uma das ações previstas pelo projeto é a formação de Jovens Agentes Promotores da Saúde, da Ciência e da Cidadania. Durante o Seminário Nacional do Programa Saúde na Escola (PSE), realizado nos dias 05 e 06 de dezembro, em Brasília (DF), a equipe de articuladores jovens do ‘Fortalece PSE!’ intermediou o diálogo com os representantes da juventude brasileira presentes.
Dentre as atividades, foram realizadas duas rodas de conversa, coordenadas pela psicóloga e articuladora Thais Freitas. Na primeira sessão, que contou também com a participação de representantes do Ministério da Saúde (MS) e da coordenação do ‘Fortalece PSE!’, os cerca de 20 jovens e adolescentes presentes puderam conhecer melhor o Programa e suas propostas de ação, bem como dar suas contribuições, a partir de suas vivências e experiências.
O segundo dia também foi marcado por trocas entre os(as) protagonistas juvenis, que representaram, no Seminário, diferentes entidades e movimentos sociais de todo o Brasil. Caracterizado pela diversidade e pela pluralidade étnico-racial, cultural, etária, educacional/formativa, regional e de gênero, o grupo firmou o compromisso de elaborar um manifesto da juventude para o PSE, com contribuições que reflitam as particularidades de cada região/território.
Para Thais, esse diálogo possibilita conhecer a realidade de cada território, bem como viabiliza a participação dos(as) jovens na construção teórica e prática de medidas direcionadas a eles(as). “A gente precisa dessa diversidade de jovens construindo a estrutura e as políticas do PSE, para que a gente consiga, de fato, ser um programa eficaz; para que a gente consiga atingir o percentual de escolas prioritárias, mas, também, atingir minimamente a diversidade da juventude brasileira”, argumentou.
Também articulador jovem do ‘Fortalece PSE!’, o estudante de direito e ativista Pedro Oliveira participou das atividades. Ele destacou a importância da integração dos(as) jovens na discussão de temas que os(as) afetam de forma direta. “O protagonismo juvenil representa mais do que uma faceta do Brasil: quando a gente fala sobre protagonismo juvenil, a gente fala sobre inúmeras caras, vivências, realidades, expectativas, sonhos, frustrações e medos, que necessitam ser representados em todos os espaços”, complementou.
Outro espaço de fala dado à juventude foi o palco do evento, onde alguns(mas) destes(as) protagonistas puderam manifestar e expor suas insatisfações, sugestões, demandas e bandeiras aos(às) demais participantes – dentre eles(as), autoridades governamentais e representantes estaduais das áreas da saúde e da educação.
A blogueira e ativista queer Micaela Campos, criadora do canal Mica Explica, salientou a importância da representatividade de mulheres e homens trans em espaços como o Seminário. “Não se faz política sem a juventude, principalmente quando a gente fala de um projeto como o PSE e, principalmente, sem uma juventude plural e diversa”, defendeu a representante da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Quem também se expressou foi a jovem indígena Samara Maranhão, da etnia Borari. Ela destacou as consequências das queimadas e do desmatamento ao meio-ambiente e às comunidades amazônicas. “A fumaça que invade nossos pulmões não é só um resultado das queimadas. Ela carrega a ausência de políticas públicas e a indiferença do descaso com nosso povo”, desabafou.
Moradora de Santarém (PA), a ativista indígena aproveitou o espaço de fala para pedir pelo fortalecimento do PSE nos territórios amazônicos. “Esse programa pode ser uma ferramenta crucial para proteger nossas crianças e comunidades, promover ações e prevenção, cuidando e acompanhando as nossas condições de saúde. Ele pode ajudar a gente a não morrer sufocado, a respirar novamente e ter esperança de um futuro, de viver numa Amazônia sem ser só um ato de resistência!”.
O protagonismo juvenil se fez presente, ainda, como tema de uma das mesas do Seminário Nacional, realizada na manhã do dia 06. Coordenada por Pedro Oliveira e pela assistente social Caroline Moreira, integrante do MS, a atividade reuniu representantes dos Grupos de Trabalho Intersetoriais Estaduais (GTI-Es) – responsáveis pela gestão do PSE nas unidades federativas – do Acre, do Rio Grande do Sul, de Góias, do Mato Grosso do Sul, do Distrito Federal, do Pará e da Paraíba.
Em suas exposições, estes(as) gestores(as) apresentaram discussões e propostas que guiaram a elaboração dos planos estaduais do PSE por seus respectivos GTI-Es, tendo como foco de fala temáticas relacionadas à juventude. Foram abordados aspectos como saúde sexual e reprodutiva, saúde mental, bullying e ciberbullying, pobreza menstrual, alimentação saudável e prevenção do uso de bebidas alcoólicas, cigarro e outras drogas.
O estudante Samuel Ramos, de 17 anos, representou o GTI-E de Goiás na mesa e destacou a responsabilidade de estar ali. “Não é sobre ocupar uma cadeira, é sobre realmente ser levado a sério, ouvido, escutado. É sobre tirar tradicionalismos, conflitos geracionais, para que a gente consiga, realmente, levar a juventude a sério e entender a importância da participação nesses espaços”, ressaltou. O educando falou, ainda, sobre a expectativa de que o protagonismo jovem no PSE seja, de fato, garantido. “A juventude é barulhenta, potente e um agente de transformação!”, complementou Ramos.
Os(as) jovens que participaram do Seminário Nacional também puderam conhecer os planos propostos pelos outros GTI-Es e as ações previstas pelo Governo Federal para o PSE nos próximos dois anos. Mais do que isso, puderam estreitar os laços com representantes dos estados presentes no evento, união que pode vir a gerar bons frutos às ações do Programa. Como bem entoado por estes(as) protagonistas da juventude brasileira: “Saúde e Educação. O PSE fortalece a nação!”.